segunda-feira, 21 de junho de 2010

Em busca de uma formação profissional.

Desde que eu era criança eu sempre sonhei em me formar em Educação Física. Minha paixão pelo esporte não me deixava sequer desejar uma Barbie ou um estojo de maquiagem. Eu me divertia mesmo era jogando uma queimada, um futebol, um handebol, ou quando uma das minhas amigas trazia um Pogobol, lembram? Mais do que isso, meu sonho de consumo mesmo era ter no quintal da minha casa uma daquelas Bolhas de Ar que havia naqueles parquinhos que se instalavam no bairro, que raramente se vê hoje em dia, e uma daquelas camas de elástico que só se via nos quintais das casas de filmes americanos.

Costumamos sempre a ouvir dos adultos aquela famosa pergunta: O que você quer ser quando crescer? Naquela época era muito mais fácil responder a esta pergunta. Era só pensarmos naquilo que mais gostávamos, e no meu caso a resposta era: Professora de Educação Física.

Mas um dia, como pessoas normais que somos, temos que crescer e deixar para trás ou, pelo menos, em nossa lembrança, a fase mais incrível de nossas vidas, nossa infância.

Pogobol, Barbie, agora estão dentro de um baú cheio de pó, sendo relembrados apenas através de emails “Eu sou do tempo em que...”, “Geração perdida” e através das baladas "Trash" que bombam nas noites brasileiras.

Agora, é hora de decidir pra valer “O que você quer ser”, onde quer estudar e como. Para aquele que pode pagar qualquer faculdade e não precisa trabalhar, essa decisão se torna mais fácil, o contrário acontece para aquele que tem que trabalhar e investir numa faculdade que compromete quase todo o salário.

Porém, em um mundo globalizado, onde a concorrência é grande e a oferta nem tanto, costuma-se dizer que “Vence o melhor”. O mais qualificado sempre tem mais oportunidade. Sem falar nos cursos profissionalizantes, certificações, aperfeiçoamento que ajudam qualquer um a se destacar facilmente dentre os outros.

Desde quando comecei a trabalhar, aos 13 anos, minha vida profissional tendia muito a crescer, foi então que resolvi pensar na possibilidade de entrar para uma faculdade. Iniciei fazendo alguns cursos na área fiscal, financeira e mais tarde, na área de informática. Cheguei a iniciar e parar duas faculdades. A primeira vez foi porque eu não estava conseguindo pagar, já que no meu orçamento havia outros gastos como alimentação, aluguel, conta de luz e água, etc. A segunda, foi por falta de aptidão para o curso. Por fim, acabei me formando em Administração de Empresas com ênfase em Finanças, o que soa para muitos como um curso genérico (o que eu não deixo de concordar em partes).

O sonho da Educação Física ficou de lado quando eu me vi envolvida pelas funções administrativas e financeiras que eu vinha exercendo há anos. Na realidade, escolher outro curso significaria recomeçar do zero, apagar toda a minha experiência de mais de 10 anos e partir para um novo caminho. Isso não seria um grande problema se uma das conseqüências disso não fosse uma menor remuneração.

Alguns anos depois de formada, recebi uma proposta para mudar para a área de Informática, ou melhor, Tecnologia da Informação. Decidi aceitar e não me arrependi. Mudar de área, ainda mais se tratando de uma muito diferente da outra, foi um grande divisor de águas na minha carreira. Provei para mim mesma que “mudar” e “arriscar” são atitudes que temos que ter sempre que algo em nossas vidas parece sem graça ou sem motivação, inclusive a nossa vida profissional.

Nem sempre a escolha de um curso pode ser definitiva. Se a área em que você se formou e atua não está te satisfazendo profissionalmente, tente enxergar e aproveitar as oportunidades que surgem como conseqüência da sua boa conduta, responsabilidade, habilidade e dinamismo.

Viviane Brizzi

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Nascido em uma família desestruturada.

Se nós pudéssemos escolher a família na qual fomos inseridos, com certeza escolheríamos uma família feliz, amorosa, unida, completa (com o pai, mãe, avós, irmãos, tios, primos), com uma situação financeira, no mínimo, estável, enfim, uma família composta, dentre outros fatores, do afetivo, do biológico e do relacional.

Mas não é assim que funciona. Aliás, será que os fatores mencionados acima definem quem uma pessoa é ou será?

Nasci na cidade de Santo André/ ABC Paulista. Minha mãe teve três filhas, eu e mais duas meninas, eu sou a do meio. Meu pai, sempre foi alcoólatra e desde que minha mãe engravidou da minha irmã mais velha ela já sofria agressões dele. Foi num contexto assim em que eu cresci, com muitas agressões verbais e físicas. Eu tinha somente uma avó (mãe do meu pai) e meu avô havia falecido devido a um câncer causado pelos vícios da bebida e do cigarro, no ano em que eu nasci.

Mas como toda criança sempre cria o seu próprio mundo, com mais cores e otimismo, eu não fui diferente. Costumava a me dedicar às atividades físicas, das quais eu me dedicaria a minha vida inteira seu eu pudesse. Como nunca tive bonecas para brincar devido a minha família ser de origem simples, sempre brincava de bola com os meninos na rua. Eu adorava!

Mais tarde, no início da minha adolescência, me tornei uma das melhores jogadores de futebol e handebol da minha escola e bairro, modéstia parte, eu era conhecida pela minha habilidade. Participava de campeonatos, corridas de bairro, lutas de judô na escola do meu vizinho que era professor e me dava aulas de graça, enfim, o esporte era a minha vida e a minha fuga.

Eu tinha alguns sonhos como: tornar-se uma jogadora profissional, me formar em Educação física, viajar para fora do Brasil e formar uma família.

Porém, a situação com o meu pai ficou ainda mais insuportável. Ele estava a cada dia mais alcoólatra e violento e não se importava com a família. Morávamos em casas invadidas e sempre nos mudávamos. Até que um dia, minhas irmãs e eu conversamos com minha mãe e pedimos para ela se divorciar do meu pai. Eu tinha 12 anos e me lembro de uma oração que eu fiz naquele dia: “Deus, se o Senhor existir mesmo, faça com que eu não chore mais todos os dias. Amém.” A partir dali as coisas ficaram um pouco melhores. Minha mãe pediu o divórcio e, pelo menos, não havia mais aquele medo de quando meu pai chegava em casa.

Aos 13 anos de idade, minha mãe disse que eu precisava trabalhar porque a nossa situação financeira estava difícil. Tive que parar com o esporte e estudar à noite. Arrumei um emprego em uma microempresa de informática onde trabalhei por cinco anos. Nessa época, comecei a freqüentar uma igreja evangélica. Foi lá onde eu passei a acreditar que o meu passado não, necessariamente, definiria o meu futuro. Foi minha base. Lá eu aprendi sobre o que era caráter, honestidade, bondade, etc.

Mais tarde, os problemas que eu enfrentaria seriam outros. Minha mãe parecia mais perdida em suas escolhas do que as três filhas juntas. Então, decidi que eu não queria mais morar com ela, porque não queria mais viver as conseqüências das atitudes e escolhas erradas dos meus pais.

Na época, eu havia conhecido um rapaz na igreja e estávamos namorando. Nós nos casamos anos depois, aos meus 19 anos. O casamento, infelizmente, só durou dois anos. Éramos muitos jovens, eu, muito sonhadora, mas ao mesmo tempo muito trabalhadora, sempre assumindo as responsabilidades da casa, ele, músico desde criança, nunca tinha um trabalho fixo por muito tempo, filho de mãe falecida e pai casado pela segunda vez em fase de separação por motivos de traição. Você deve estar pensando como isso poderia dar certo, não é?

Não sei o que foi pior, lidar com as dificuldades e conflitos de um divórcio litigioso, ter que enfrentar o julgamento das pessoas dizendo que eu não poderia quebrar uma aliança feita com Deus (algo que eu também acreditava) ou tentar não me convencer de que o meu divórcio tinha alguma relação com o histórico nada exemplar dos meus pais ou com algum trauma de infância que eu pudesse ter.

Foi quando eu repensei sobre os meus sonhos, valores, e tudo aquilo que eu queria para a minha vida.

DEUS, de alguma forma, sempre esteve comigo. Acho até, que mesmo antes de eu conhecê-lo melhor, ele já cuidava de mim e sabendo que eu passaria por tantas dificuldades, me deu uma essência boa. Hoje, eu não acho que todo o meu sofrimento deveria ter sido diferente. Eu tinha que viver tudo aquilo para que hoje eu fosse quem EU SOU. Tenho meus valores, conceitos, tenho a minha ESSÊNCIA.

Ser ou não nascido em uma família bem estruturada, definitivamente, influencia nos aspectos constitutivos, como o afetivo, o relacional, o sociológico, o econômico, o psicológico e o cultural, mas não pode definir ou determinar o que com toda VONTADE queremos SER e ALCANÇAR, a não ser que aceitemos as condições e rótulos impostos por uma sociedade preconceituosa na qual vivemos.

Viviane Brizzi

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A mulher...

O que falar sobre a mulher sendo uma mulher?

Há várias questões que envolvem a mulher: as sociais, políticas, profissionais, familiares, religiosas, enfim, mas como lidar com várias diferentes questões sem perdermos a nossa identidade?

Cada mulher está inserida num contexto de vida desde o seu nascimento. Umas nascem em famílias tradicionais ou pós-modernas, pobres ou ricas, com bons conceitos ou com conceitos destorcidos, estruturadas e desestruturadas, etc. E tudo isso influencia muito no que diz respeito ao o que essa mulher vai ser, no que ela vai acreditar, no seu comportamento diante de cada situação que lhe aparecer, nas dificuldades que ela terá em cada área da sua vida, na sua autoconfiança e na busca de seus sonhos.

Independentemente desses contextos, somos mulher! E toda mulher tem a capacidade de lutar e tornar a vida melhor e mais bonita.

Neste meu blog, quero compartilhar com todos os muitos desafios que tive na vida e como eu venci as barreiras impostas por fatores externos, os quais eu não pude evitar, porém, tive que entender e aceitá-los para que os meus objetivos fossem e continuassem sendo alcançados.

Espero que gostem e compartilhem das suas experiências.

Viviane Brizzi